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PROCURA-SE UM BAR

Foto do escritor: Juan Ricthelly Vieira da SilvaJuan Ricthelly Vieira da Silva

Por Juan Ricthelly


Confesso que sou um boêmio um tanto cafajeste, pois sou um boêmio de muitos bares e botecos, gosto de uns por puro saudosismo nostálgico de momentos e pessoas que vivi por lá, de outros por um detalhe aleatório qualquer, seja o mau humor do dono, a mesa de sinuca desnivelada e os tacos tortos, a jukebox, um quadro velho e desbotado na parede, o caldo de mocotó, a dobradinha, ou as comidas radioativas da estufa.

 

A verdade é que eu amo o caos e a desordem dos botecos e bares de quinta categoria, com as caixas de cerveja à mostra, garrafas de pinga tão antigas quanto à democracia expostas no alto, copo americano, mesas e cadeiras de plástico coloridas... Tudo isso faz parte de um cenário com uma estética genuinamente brasileira, onde gosto de ser personagem.

 

Embora seja um homem de muitos bares, tenho lá os meus favoritos por uma temporada ou duas, na minha juventude era o Bar do Bigode, onde comecei a beber com os meus amigos, namorei o Bar do Japão antes dele entrar no gosto da juventude da cidade, fui muito ao Resenha’s até não me sentir mais a vontade por lá, o Badalu foi especial, lá eu me sentia em casa, mais recentemente o Premium tomou esse lugar, lá tínhamos uma liberdade criativa como jamais tivemos em nenhum outro lugar, para fazer acontecer qualquer sorte de evento ou atividade cultural, vivemos bons momentos e nos divertimos muito nessa parceria, que infelizmente chega ao fim...

 

Me sinto sem casa, sem lar, sem rumo, há tantos outros bares que eu gosto, onde vou beber uma vez ou outra, mas não tenho mais aquele que eu mais gostava, que eu podia chamar de lar doce bar.

 

Não é fácil encontrar um novo bar favorito, mas seguirei buscando até o dia em que eu puder ter o meu próprio bar.

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