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Foto do escritorJuan Ricthelly Vieira da Silva

O APOCALIPSE SEGUNDO GAIA (Capítulo I)

Atualizado: 22 de out.

Por Juan Ricthelly

1

Quando Prometeu roubou o fogo dando-o de presente aos homens, levantou a ira dos deuses contra si, pois eles acreditavam que a partir dali os homens seriam como deuses sobre a Terra.

2

Prometeu foi exilado para o lugar mais antigo da Terra do outro lado do oceano, numa montanha chamada Roraima pelos povos locais.

3

E eis que os homens haviam dominado a Terra construindo grandes cidades com muros altos e grandes castelos de pedra, onde eram governados por reis e sacerdotes.

4

Não precisavam mais dormir em cavernas ou choupanas, nem se mudar de um lugar para o outro como antes faziam em busca de alimento. Haviam a aprendido a cultivar a Terra para produzir alimento fresco e em abundância, a cercar o gado para que ele não fugisse, não precisando mais caçar pelas matas como antes faziam.

5

A raça dos homens prosperou vertiginosamente com o fogo, usando-o para o bem e para o mal.

6

Usaram o fogo para iluminar as noites escuras sem luar, afugentando as feras, se reunindo para contar histórias antigas. Pararam de comer carne crua evitando assim algumas doenças e desenvolveram muitas técnicas que melhoraram suas vidas, tornando-as mais longevas.

7

Também usaram o fogo para incendiar cidades inteiras matando milhares de pessoas em suas guerras, e criaram armas de metal para ferir uns aos outros.

8

Queimaram mulheres sábias e conhecedoras das ervas da floresta em grandes fogueiras diante de multidões ensandecidas.

9

A raça dos homens brancos do Norte cresceu, se tornando forte e numerosa. Haviam destruído todas as suas florestas construindo barcos de madeira para atravessar o mar subjugando outros povos.

10

Quando encontraram outros povos, foram bem recebidos por eles, que os alimentaram, deram de beber, cuidaram de suas feridas, ofereceram suas casas e mulheres.

11

Os homens brancos do Norte não se deram por satisfeitos, não estavam buscando a bondade que era oferecida, eles eram gananciosos e só tinham olhos para os metais preciosos e para as ervas e plantas que deixavam a sua comida mais saborosa.

12

Não demorou muito para começarem a escravizar todos os povos que encontraram, forçando-os a falarem em suas línguas, destruindo seus templos, casas, deuses e cidades, roubando suas terras e dando-as de presente para outros homens brancos do Norte.

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A crueldade deles não tinha tamanho ou limites, dentre os mais cruéis dois nomes se destacaram como seus heróis, Cortez por destruir o império de Montezuma e sua belíssima cidade construída dentro de um lago, Pizarro por derrotar o poderoso país do povo das montanhas que lutou por 30 anos.

14

Em sua ganância por acumular riqueza e poder, os homens brancos do Norte forçaram os povos de pele escura a atravessar o oceano acorrentados em navios, para cultivar os seus campos, plantações e minas.

15

Sua crueldade era defendida e justificada pelos seus sacerdotes que trabalhavam em nome de um deus invisível, onipotente, onipresente e onisciente que nunca se manifestava.

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A maldade era tamanha que os povos escravizados na ilha da terra de altas montanhas se rebelaram contra os seus senhores, matando e expulsando todos os homens de pele branca, tomando o país para si e proibindo a escravidão.

17

Os homens brancos do Norte e seus filhos ficaram com medo, e se uniram para punir a nação e o povo de pele escura que os derrotaram, causando uma pobreza e uma miséria que dura até os dias de hoje.

18

Com o passar dos séculos os filhos dos homens brancos no Norte se rebelaram contra seus pais, pois não mais queriam dividir a riqueza e prosperidade com eles. Guerrearam entre si por um tempo, e seus filhos foram vitoriosos com a ajuda dos povos que escravizaram, prometendo que estariam livres e teriam uma vida melhor depois da guerra.

19

Então os filhos dos homens brancos do Norte criaram suas próprias nações, mantendo o poder, as terras e as riquezas para si. Explorando a Natureza e as pessoas que haviam prometido libertar.

20

Os deuses observavam aquilo tudo em silêncio e estarrecidos, pois temiam que com o domínio do fogo os homens se voltassem contra eles, mas o que estavam fazendo eram destruir a si mesmos e o planeta.

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