REDE-DF PERDE QUADROS POLÍTICOS IMPORTANTES
Em menos de um mês o partido REDE Sustentabilidade vivenciou uma debandada considerável de filiados

Por Juan Ricthelly
No dia 6 de fevereiro o Deputado Distrital Leandro Grass anunciou a sua desfiliação da REDE em uma nota publicada em suas redes sociais, agradecendo ao partido que deixou e informando o ingresso no Partido Verde (PV).
Na nota publicada, informou o seguinte como motivo de sua saída:
“Em respeito às decisões tomadas democraticamente no último Congresso Nacional da REDE e diante da responsabilidade de construir uma frente progressista que derrote o grupo político de Ibaneis Rocha em outubro, tomei essa decisão em consenso com um conjunto de forças e lideranças empenhadas nesse projeto. Compreendo a priorização da REDE de superar a cláusula de barreira e torço para que ela seja alcançada.”
Grass que faz um dos mandatos mais combativos da CLDF demonstrava a sua intenção em disputar o GDF e fazer frente ao projeto político representado por Ibaneis Rocha, ao que parece, não era lá uma ideia bancada politicamente por seu partido.
Três dias depois, Caio Leal e um grupo de 19 militantes ligados à juventude soltam uma carta de desfiliação coletiva, onde agradecem ao partido, reconhecendo o seu papel e importância política e apresentando o seguinte motivo:
“A Juventude é o agora, e as causas que nos atingem têm proporções suprapartidárias, exigindo um esforço excepcional para que possamos ser a mudança que queremos. Manter a coerência vai para além da convergência ideológica, e em respeito à REDE Sustentabilidade e para termos a liberdade para participar da construção de projetos políticos fora da REDE e da Federação que está para ser formada, decidimos pela desfiliação.”
No dia 23 de fevereiro ocorreu outra baixa importante, Thaynara Melo uma das principais figuras públicas do partido no DF, que foi a segunda candidatura mais bem votada do partido para federal em 2018, com 5.449 votos, lançou a sua nota de desfiliação, onde contou um pouco de sua história e explicitou suas razões, de forma mais direta que os anteriores:
“Sei que a Rede é um importante instrumento de reflexão política para nosso país e foi muito importante na minha trajetória política, mas dadas as mudanças do cenário político e eleitoral, não existe perspectiva de vitória e consolidação desse projeto na legenda. A luta da Rede Sustentabilidade para alcançar a cláusula de barreira e a possível federação com o PSOL são estratégias honradas e necessárias para o cenário nacional do partido. Porém, inviabilizam e sufocam a possibilidade de conquista de um mandato distrital que poderia ajudar em muito as mudanças necessárias para o nosso Distrito Federal.”
Ao que tudo indica, há uma razão em comum nas três situações mencionadas, e é a federação que está sendo desenhada com o PSOL, onde os dois partidos estarão juntos por no mínimo quatro anos, devendo dividir entre si as listas para os cargos proporcionais, o que reduz a quantidade de candidaturas para ambos.
Outro aspecto que tem se discutido no tocante à federação REDE-PSOL, é sobre o apoio à candidatura ao Executivo no primeiro turno, parte do PSOL está empenhada em apoiar a possível chapa Lula-Alckmin que está sendo costurada pelo PT, enquanto a REDE pretende não se comprometer com esse apoio, defendendo que seus filiados possam apoiar outra candidatura, ou seja, uma federação que já nasce sem afinidade e convergência de estratégia para a disputa eleitoral, vale questionar, o que esperar de um arranjo político que já nasce em tais condições?